CartaExpressa
Ricardo Nunes destinou 40% a menos de recursos para o combate à dengue do que Haddad
Os dados constam de um levantamento feito por parlamentares do PSOL, que encaminharam representações ao Tribunal de Contas do Município e ao Ministério Público de Saúde Pública


O prefeito Ricardo Nunes (MDB) destinou, em média, 40% a menos de recursos para vigilância em saúde, que inclui o controle da dengue, do que a gestão do prefeito Fernando Haddad (2013-2016).
Em valores atualizados pelo IPCA, o atual prefeito gastou uma média de R$ 94 milhões entre 2021 e 2023 frente a uma média de gastos de R$ 156 milhões durante a gestão petista.
Os dados constam de um levantamento feito por parlamentares do PSOL, com base em dados do Portal da Transparência da Prefeitura e no quadro de detalhamento de despesas da Secretaria Municipal da Fazenda.
Após a constatação, o vereador Celso Giannazi, a deputada federal Luciene Cavalcante e o deputado estadual Carlos Giannazi encaminharam representações ao Tribunal de Contas do Município e ao Ministério Público de Saúde Pública pedindo apuração do caso, e possível responsabilização do prefeito Ricardo Nunes pela prestação inadequada de serviços de saúde pública, diante a a baixa alocação de recursos orçamentários.
“Embora nos últimos anos o número de casos por dengue esteja crescendo desenfreadamente no município de São Paulo, os níveis de recursos orçamentários empenhados com vigilância em saúde não estão crescendo proporcionalmente”, afirmam os parlamentares na representação.
Os autores da denúncia demonstram ainda que o risco de explosão dos casos de dengue já vinha sendo alertado por especialistas desde o final do ano passado e que, mesmo assim, o prefeito manteve um nível abaixo de investimento na área de vigilância em saúde.
“Mesmo sabendo com antecedência que haveria um grande surto em2024, o governo de Ricardo Nunes manteve a baixa alocação de recursos orçamentários para vigilância em saúde, o que pode ser a causa do aumento dos casos no Município de São Paulo, já que o trabalho da vigilância epidemiológica é justamente atuar na prevenção da doença, por meio de orientações à população, fiscalização e combate ao vetor”, completam.
Os parlamentares ainda pedem aos órgãos que determinem que a Prefeitura adote um plano emergencial sólido de prevenção à dengue, incluindo a realização de fumacês frequentes em todas as regiões, distribuição de repelentes e inseticidas, bem como a instalação de tendas para atender suspeitas da doença, além de prestar tratamento às pessoas infectadas, inclusive com disponibilização de leitos hospitalares quando for o caso.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Ivermectina não é eficaz contra dengue, alerta Ministério da Saúde
Por Agência Brasil
Ministra pede reforço de cuidados contra a dengue e convoca mobilização nacional
Por CartaCapital
Polícia investiga caso de homofobia registrado em padaria do Centro de São Paulo
Por CartaCapital