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Representante dos caminhoneiros diz que Bolsonaro não cumpriu promessas

O deputado federal Nereu Crispim afirmou ainda que o auxílio diesel proposto pelo governo é insuficiente

O presidente Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, criticou o presidente Jair Bolsonaro por não cumprir as promessas que fez para a categoria na eleição de 2018.

Em entrevista ao portal Metrópoles na quarta-feira 27, o parlamentar afirmou que durante o governo do ex-capitão não foi entregue nenhuma das pautas  exigidas pelos caminhoneiros.

“Houve várias reuniões para tratar daquelas pautas reivindicatórias lá de 2018, quando inclusive o então candidato a presidente Bolsonaro, na época, gravou um vídeo de apoio aos caminhoneiros, dando a entender que se ele fosse eleito trataria objetivamente de dar uma solução para as pautas reivindicatórias, que eram aquelas do piso mínimo, da aposentadoria aos 25 anos, do DTE [Documento Eletrônico de Transporte], que era a unificação dos documentos fiscais, dos pontos de parada. Durante esses dois anos e meio não foi entregue nenhuma dessas pautas aos caminhoneiros”, disse.

“Essa política econômica que foi implementada até agora só está atendendo as grandes fortunas, o capital internacional e os investidores nas bolsas de valores”, acrescentou.

Na conversa, o representante da categoria declarou que o auxílio diesel proposto pelo governo é insuficiente.

“Entregar 400 reais para os caminhoneiros é um tipo de assistencialismo eleitoreiro, praticamente uma esmola. Inclusive, dentro de grupos de WhatsApp, onde muitos caminhoneiros se dizem bolsonaristas, pegou muito mal. Isso aí criou uma imagem realmente de uma esmola”, revelou. “A gente sabe o preço de um caminhão, né?! Um caminhão custa mais de 500 mil, 600 mil. 400 [reais] não dá para comprar quase nada de diesel e não resolve o problema da categoria”, afirmou.

Crispim também dirigiu críticas ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. “Ele, durante dois anos e meio, nos desprestigiou, não fazendo nenhuma entrega para a categoria. A pessoa que os caminhoneiros menos querem fazer reunião é o ministro Tarcísio, que só empurrou com a barriga durante esses dois anos e meio uma solução positiva para a pauta dos caminhoneiros”, disse.

Os caminhoneiros marcaram para o dia 1 de novembro uma paralisação contra o preço do diesel.  “Essa política de preços da Petrobras baseada na variação do dólar e no preço do barril do petróleo realmente causou um impacto enorme no transportador autônomo, onde [sic] já estava difícil o resultado financeiro do seu trabalho, praticamente nos causando um estado de miséria para quem está trabalhando hoje com caminhão por essas estradas brasileiras”, ressaltou o deputado.

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