Um grupo de líderes religiosos e o deputado federal Henrique Vieira (PSOL-RJ) anunciaram, na tarde desta terça-feira 2, apoio ao PL das Fake News, que cria mecanismos de combate à desinformação e à disseminação de conteúdos com apologia à violência.
Por outro lado, a bancada evangélica se manifestou contrária à proposta porque, supostamente, ela restringe a liberdade de expressão nas redes sociais.
Apesar de não integrar o grupo oficialmente, Vieira destacou que o entendimento expressado pelos líderes da Frente Parlamentar Evangélica não é unanimidade. “Não haverá unanimidade contra o projeto de lei”, pontuou, durante conversa com jornalistas.
“O que nós queremos é que as grandes plataformas tenham mecanismos de regulação, tenham análise de risco sistêmico e possam ter o dever de cuidado para nos ajudar como sociedade a impedir a disseminação do ódio de práticas danosas, ilícitas e criminosas. No meu entendimento, isso se chama exercício responsável da liberdade”, defendeu.
Durante a coletiva, Vieira chegou a ser interrompido pelo deputado federal Abílio Brunini (PL-MT). O bolsonarista afirmou que seu colega de parlamento não falava em nome dos evangélicos e destacou que a bancada evangélica não apoia o projeto.
O PL das Fake News prevê, entre outras coisas, punição para plataformas digitais que permitirem a circulação de conteúdos que se enquadrem em crimes previstos na lei brasileira, como incitação ao ódio e ao terrorismo. A expectativa é que o projeto seja votado na Câmara ainda hoje.
Além do deputado do PSOL, também declararam apoio à matéria os líderes Ricardo Gondim, da Igreja Betesda; Sérgio Dusilek, Igreja Batista Marapendi; Bispa Marisa, bispa emérita da Igreja Metodista; Frei Lorrane, da Ordem Franciscana dos Frades Menores; Pastora Camila Oliver, da Igreja Batista; e Nazareth, da Aliança de Batistas do Brasil.
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