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Ramos ignora Ucrânia e atribui queda do dólar a ‘garra e determinação’ de Guedes
‘Ministro Paulo Guedes tinha um coração de pedra que, com o passar do tempo, virou um coração de carne’, disse o general no Palácio do Planalto
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, o general Luiz Eduardo Ramos, atribuiu à atuação do ministro da Economia, Paulo Guedes, a queda do dólar frente ao real nos últimos dias. O militar desconsidera, assim, todo o contexto internacional, com o conflito na Ucrânia no centro das tensões globais.
“Ministro Paulo Guedes tinha um coração de pedra que, com o passar do tempo, virou um coração de carne. Hoje – fiz questão de olhar no computador -, fruto da determinação e da garra do Guedes, o dólar está a 5,01 reais. Palmas para o ministro Paulo Guedes”, disse Ramos em evento no Palácio do Planalto nesta quarta-feira 23.
A moeda americana fechou o pregão desta quarta em queda de 0,95%, cotada a 5,004 reais. Trata-se do menor valor desde junho do ano passado. Na comparação com a semana passada, o dólar caiu 2,65%. Ante janeiro, a desaceleração é de 5,69%.
É o quarto dia consecutivo de queda do dólar, devido à crescente tensão entre a Ucrânia e a Rússia – amplificada pela reação de países ocidentais que aplicam sanções econômicas aos russos.
No cenário interno, os juros atraem o “mercado”. O IPCA-15, uma espécie de prévia da inflação oficial, subiu 0,99% em fevereiro na comparação com janeiro, a maior alta para o mês em seis anos.
Alia-se a isso a rota de alta da taxa básica de juros, a Selic. O “mercado” espera que o índice chegue ao fim de 2022 em 12,25% – atualmente está em 9,25%. Conforme o Boletim Focus divulgado na última segunda-feira 21, o “mercado” ainda projeta a inflação de 2022 em 5,56% – na semana anterior, a estimativa era de 5,50%.
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