CartaExpressa
‘Quem tem calça apertada e coração intranquilo terá de me encontrar nas urnas’, diz França após ação da Polícia
A expressão é usada com frequência por bolsonaristas que se referem ao governador paulista, João Doria (PSDB)
O ex-governador e pré-candidato do PSB ao governo de São Paulo, Marcio França, utilizou o termo “calça apertada” em um vídeo publicado nas redes sociais horas depois de ser alvo de uma operação da Polícia Civil.
A expressão é usada com frequência por bolsonaristas que se referem ao governador paulista, João Doria (PSDB).
“Essa não é uma operação policial nem judicial contra mim. Ela é apenas uma operação política. Estou há 40 anos na vida pública, estou acostumado com injustiças. O Brasil está cansado de injustiças”, diz França na gravação. “E é por isso que eu digo a vocês: quem tem calça apertada e o coração intranquilo já sabe que vai ter que me encontrar nas urnas. Não adianta tentar forjar outras coisas. Mentira tem perna curta.”
A Operação Raio-X apura suposto desvio de cerca de 500 milhões de reais dos cofres públicos que seriam destinados a equipamentos para a saúde.
Os policiais cumpriram 34 mandados de busca e apreensão em 17 cidades paulistas. Na lista estão endereços ligados a França. O irmão do pessebista, Cláudio França, também é alvo. A corporação comunicou que foram apreendidos 13 mil reais em dinheiro, três veículos e sete armas de fogo, com e sem documentação.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública do estado, “as investigações tramitam sob segredo de Justiça e mais detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial”.
Mais cedo, França declarou em nota ser vítima de uma “operação política e não policial” feita por “autoridades com medo de perder as eleições”.
“É lamentável que se comece uma eleição para o governo de São Paulo com essas cenas de abuso de poder político”, afirmou ainda o ex-governador.
CartaCapital
Há 31 anos, a maior referência progressista em jornalismo no Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
‘Vivemos tempos estranhos’, diz Ciro após ação da Polícia Civil contra Marcio França
Por CartaCapital
Alckmin diz confiar na ‘reputação’ de Márcio França, alvo de operação
Por Estadão Conteúdo