A maioria dos integrantes do PSB é a favor de que o partido forme uma federação com outros partidos de esquerda, como o PT, o PCdoB e o PV.
Em defesa da união, os que apoiam a ideia lembram que duas consultas foram feitas para que a posição fosse reforçada.
A primeira foi com deputados federais do partido. “Em reunião antes do recesso parlamentar, com a presença de 25 integrantes da bancada, 24 se posicionaram favoravelmente à proposta”, lembra o líder da sigla na Câmara, Danilo Cabral, em conversa com CartaCapital nesta terça-feira 4.
“A direção nacional também consultou os diretórios estaduais. Neste caso, dos 26 presidentes estaduais, 21 foram favoráveis à mesma federação”, acrescenta o deputado.
Apesar da posição majoritária, há resistências no partido. O presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, em entrevista recente, ressaltou a complexidade das tratativas.
“Em primeiro lugar, nós não vamos fazer federação com ninguém, principalmente com o PT, antes de ter um acordo geral sobre os apoios que nós precisamos do PT. Em segundo lugar, a rigor, nós não precisamos de federação alguma para disputar as eleições”, disse Siqueira em entrevista à Rádio CBN no fim de dezembro.
Na conversa, o dirigente partidário ainda afirmou que as conversas em estágio mais avançado envolvem PCdoB e PV.
“Aliança pressupõe acordo entre partes e temos disposição para fazer esse acordo, mas isso pressupõe a reciprocidade de ambos os lados. Há muitos meses colocamos para o PT as demandas do PSB e até agora não tivemos resposta sobre nenhuma delas”, declarou.
Já em entrevista ao jornal O Globo nesta quarta, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, que é secretário-geral do PSB, disse ser contra o partido integrar uma federação com outras legendas, pois o acordo poderia “acomodar” os dirigentes do partido.
Por outro lado, o governador do Maranhão, Flávio Dino, publicou em uma rede social que “quando os partidos progressistas se unem, o Brasil avança e a vida do povo melhora”.
“Por isso, defendo que o nosso PSB caminhe junto com o PT, PCdoB e outros partidos aliados, o que depende de perseverança, diálogo e concessões recíprocas”, escreveu.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login