O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, minimizou nesta quinta-feira 14 a decisão do presidente Jair Bolsonaro de não se vacinar contra a Covid-19 e ignorou as fake news sobre imunizantes repetidas pelo ex-capitão.
A jornalistas, Queiroga afirmou que “o governo do presidente Bolsonaro defende a dignidade da pessoa humana, defende a vida, defende a liberdade, a tomada de decisão”.
“É algo pessoal, né? Então, vamos esperar que as pessoas busquem a sala de vacinação e, no caso do presidente, que ele saiba tomar a melhor decisão para ele e para o nosso País”.
Ao dizer que não se vacinará por já ter contraído a doença, porém, Bolsonaro desinforma. Especialistas ouvidos por CartaCapital explicam que não há qualquer segurança na alegação de que pessoas recuperadas da Covid não possam se reinfectar – inclusive com quadros mais graves – e transmitir a doença.
O colunista de CartaCapital Daniel Dourado, médico, advogado sanitarista e pesquisador do Centro de Pesquisa em Direito Sanitário da USP e do Institut Droit et Santé da Universidade de Paris, destaca que há diversos exemplos de pessoas que contraíram a Covid-19 e tempos depois se reinfectaram.
“No primeiro caso, tiveram sintomas leves; na reinfecção, casos mais graves. O sujeito não vacinado está muitíssimo mais exposto a ter um caso mais grave na segunda infecção, até porque ele pode ter tido a primeira de uma variante como a Gama e, agora, da Delta”, disse Dourado. “As vacinas, ao contrário, protegem contra a Delta”.
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