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Quatro ex-ministros de Bolsonaro são indiciados por tentativa de golpe; veja quem são
PF concluiu investigação sobre articulação para manter o ex-capitão no poder após derrota para Lula, em 2022. O relatório do caso foi encaminhado ao STF


Quatro ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL) constam na lista da Polícia Federal de indiciados por participação na articulação pró-golpe para manter o ex-capitão no poder após a derrota para Lula (PT). O documento foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira 21.
Os ex-ministros Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa), Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública), general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) foram indicados junto com Bolsonaro e outros 32 nomes, a maioria militares.
Todos foram enquadrados nos crimes de golpe de Estado (4 a 12 anos de prisão), abolição violenta do Estado Democrático de Direito (4 a 8 anos de prisão) e organização criminosa (3 a 8 anos de prisão).
O general do Exército Mario Fernandes, que chegou a assumir como ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência, também foi indiciado. Ele foi preso na última terça-feira em operação da Polícia Federal. Nesta última operação, a PF apontou que grupo atuou em plano para matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Agora, cabe à Procuradoria-Geral da República decidir se denuncia os envolvidos, pede novas diligências ou se manifesta pelo arquivamento da investigação. O relatório da PF tem mais de 800 páginas. A investigação foi iniciada em janeiro do ano passado. Há expectativa de que o conteúdo do documento, que permanece em sigilo, seja divulgado nas próximas horas.
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