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Putin demite ministro da Defesa; conheça o substituto
Sergei Shoigu estava no cargo há onze anos e é um dos nomes mais próximos a Putin; demissão ocorre em meio a avanço da Rússia sobre a Ucrânia


O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, foi destituído do cargo neste domingo (12) e nomeado secretário do Conselho de Segurança, segundo um decreto do presidente Vladimir Putin.
A pasta da Defesa passou a ser ocupada pelo economista Andrei Belousov, de acordo com uma lista de nomeações ministeriais publicada pelo Conselho da Federação, a câmara alta do parlamento russo.
Shoigu substitui assim Nikolai Patrushev, aliado de longa data de Putin, no Conselho de Segurança, como parte de uma importante remodelação da cúpula militar russa, após mais de dois anos de ofensiva na Ucrânia.
“Shoigu continuará trabalhando neste setor, (…) que conhece muito bem por dentro, com seus colegas e parceiros de seu antigo lugar de trabalho”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pelas agências de notícias estatais.
Putin é constitucionalmente obrigado a nomear um novo grupo de ministros, ou renomear os já designados, após sua vitória nas eleições de março.
Os legisladores do parlamento russo precisam aprovar as nomeações do presidente, o que deve acontecer na terça-feira.
Esta remodelação ocorre em um momento em que as forças russas avançam no front pela primeira vez em meses.
Para explicar a decisão, o Kremlin afirmou que o Ministério da Defesa deve “estar absolutamente aberto à inovação, à introdução de todas as ideias avançadas, à criação de condições para a competitividade econômica”.
“Quem estiver mais aberto à inovação ganhará no campo de batalha”, assegurou Peskov, acrescentando que “é provável que por isso o presidente tenha optado por (…) Andrei Belousov”.
Andrey Belousov, o novo ministro da Defesa da Rússia.
Foto: Jack TAYLOR / AFP
Belousov, o substituto proposto para Shoigu, não tem experiência militar e foi um dos assessores econômicos mais influentes de Putin durante a última década.
Shoigu, de 68 anos, era ministro da Defesa desde 2012. Apesar dos revezes militares sofridos pela Rússia na Ucrânia, Putin o apoiou até agora, mesmo depois que o ex-chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, lançou uma rebelião no ano passado pedindo sua destituição.
Após o anúncio, o ministro da Defesa do Reino Unido, Grant Shapps, apontou que “Shoigu causou mais de 355 mil vítimas (mortos e feridos) entre seus próprios soldados e sofrimento massivo aos civis no contexto de uma campanha ilegal na Ucrânia”.
“A Rússia precisa de um ministro da Defesa capaz de anular essa herança desastrosa e de encerrar a invasão”, declarou.
(Com informações de AFP)
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