Integrante da base aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Câmara, o deputado federal Roberto de Lucena (Republicanos-SP) acredita que as prisões do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos não serão suficientes para os eleitores evangélicos abandonarem o ex-capitão.
O parlamentar, que faz parte da igreja O Brasil Para Cristo, afirma ainda que as detenções não esvaziam o discurso anticorrupção do presidente.
“A posição do governo ficou clara: na dúvida, o Milton foi afastado”, defende o deputado em conversa com CartaCapital. “O governo, diante dos questionamentos e das denúncias, tomou a iniciativa correta. Não configura que havia parcimônia”, acrescentou.
A Polícia Federal realizou na manhã de quarta-feira 22 mandados de prisão e busca e apreensão contra Ribeiro e os pastores por suspeitas de crimes na liberação de recursos do MEC para prefeituras.
A operação foi autorizada pela 15ª Vara Federal do Distrito Federal e apura crimes como corrupção e tráfico de influência durante a gestão do ex-titular da pasta. A investigação teve início no Supremo Tribunal Federal, mas foi enviada à primeira instância depois que Ribeiro deixou o governo.
Para Lucena, são dois os motivos que farão com que a maioria dos evangélicos opte novamente pela candidatura de Bolsonaro.
O primeiro é que “Ribeiro não foi convidado para ser ministro porque é evangélico, e sim porque o currículo, a qualificação e o histórico atendiam ao perfil que Bolsonaro queria no MEC”. O segundo é que o presidente é um dos únicos candidatos que defendem as bandeiras conservadoras.
“O eleitor evangélico continua votando naquilo que acredita, na sua visão de mundo e de País, de defesa da família”, declara. “Não entendo que este fato comprometa ou afaste o eleitor evangélico que já iria votar no Bolsonaro”.
Pesquisa PoderData divulgada nesta quinta-feira 23 mostra que a gestão do presidente é reprovada por 39% dos evangélicos. De acordo com o instituto, a taxa subiu sete pontos nos últimos 15 dias.
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