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Principal articulador de Milei diz ‘desconhecer interferência’ de Lula na eleição argentina

No último domingo, Milei acusou o petista de ‘financiar’ a campanha de Sergio Massa; Guillermo Francos creditou fala a diferenças ideológicas

O candidato da ultradireita à Presidência da Argentina, Javier Milei. Foto: Luis Robayo/AFP
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Após o candidato à presidência da Argentina, Javier Milei, dizer, no último domingo 5, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria interferindo na campanha argentina, o principal articulador da campanha do ultralibertário, Guillermo Francos, negou a afirmação.

Em entrevista à rede LN+, do grupo La Nación, Milei disse, sem apresentar provas, que teria recebido denúncias de que “Lula está interferindo nesta campanha, financiando parte dela”. Segundo o candidato, “dentro desse pacote existe um conjunto de consultores brasileiros que são os melhores especialistas em campanha negativa. Eles semeiam medo na sociedade”.

A fala repercutiu no debate público sobre a eleição na Argentina, que é disputada entre Milei e o atual ministro da Economia, Sergio Massa. Do ponto de vista diplomático e de soberania nacional, a interferência direta do presidente de um país na eleição em outra nação violaria regras de conduta diplomática.

Nesta quarta-feira 8, em entrevista ao jornal O Globo, Francos disse que não tinha nenhuma informação sobre a hipotética interferência apontada pelo candidato. “Apenas o que disse Milei”, afirmou.

Talvez isso [as declarações de Milei] tenha a ver com as posições ideológicas do presidente [Lula] e do candidato. Claramente, Lula tem uma posição ideológica diferente da de Javier Milei, que, por sua vez, também tem outra posição ideológica. É lógico que tenham resistências recíprocas“, afirmou Francos.

O articulador, que já foi representante da Argentina no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), preferiu não sustentar a tese de que o presidente brasileiro estaria financiando a campanha de Sergio Massa. Ele, porém, mostrou-se ciente da existência de uma equipe de marketing ligada ao PT na campanha peronista.

“O que sei é que existe uma equipe especialista em campanhas negativas que trabalha para Massa, uma equipe brasileira, com muitas pessoas na Argentina e outras pessoas trabalhando no Brasil”, afirmou.

Desde o início das eleições presidenciais na Argentina, a campanha de Massa vem recebendo orientações de figuras ligadas às campanhas petistas. Dois deles são Chico Kertész e Otávio Antunes. A coordenação estratégica passa pelo atual prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva. Formalmente, o PT já manifestou apoio à candidatura de Massa na Argentina

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