A Polícia Rodoviária Federal (PRF) ampliou em 25% o seu efetivo nas ruas entre o 1º e o 2º turno das eleições de 2022. A ampliação da Operação Eleições foi revelada por um pedido de Lei de Acesso à Informação feito pelo site UOL, divulgado nesta quarta-feira 5.
De acordo com a planilha encaminhada pela própria PRF na resposta ao pedido de informação, foram usados 12.820 policiais rodoviários federais na Operação Eleições no primeiro turno de 2022. No segundo, o número salta para 16.050 agentes.
A confirmação do aumento no efetivo naquele período reforça a suspeita de atuação política da corporação para impedir que eleitores de Lula (PT) chegassem aos locais de votação. Oficialmente, porém, a PRF alega que a ampliação do número de policiais nas ruas “considerou os elementos levantados ainda no primeiro turno” que constava no Plano Estratégico de Atuação Integrada do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ela não elenca, porém, quais eram estes elementos.
Pela planilha encaminhada pela PRF ao site não é possível saber o local exato onde os policiais realizaram seus trabalhos. A suspeita é de que tenham sido alocados em regiões onde Lula teve um maior número de votos naquele primeiro turno. A tese foi levantada após a revelação de um ‘boletim de inteligência que mapeou as cidades nesta situação. Uma viagem de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, à Bahia também reforça a tese. Ele teria ido ao local na véspera do segundo turno para pressionar agentes da PF a participarem das operações rodoviárias.
Os números da PRF divulgados no pedido de informação também mostram que, em termos de apreensões, o Nordeste está no centro das operações. Ao todo, 9 dos 13 ônibus que foram apreendidos naquele segundo turno eram da região.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login