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Pressionado por greves, Lula indica reajuste a todas as categorias, mas ressalta ‘limite’ orçamentário
‘Eles pedem quanto querem e a gente dá o que pode’, disse o presidente sobre o tema durante um em café com jornalistas na manhã desta terça-feira em Brasília


O presidente Lula (PT) afirmou nesta terça-feira 23, que todos os servidores terão reajustes salariais e nenhum será punido por fazer greve. A declaração ocorreu durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, em Brasília, em meio à crescente tensão com os servidores federais, que estão em greve pelo menos desde o último dia 15.
“Estamos preparando aumento de salário para todas as carreiras. Vão ter aumento”, prometeu Lula.
Em seguida, o petista esclareceu que, apesar do aumento estar garantido, nem todos receberão a totalidade das reivindicações. Ele citou um ‘limite’ orçamentário para justificar.
“[O aumento que virá] Nem sempre é tudo que a pessoa pede. Muitas vezes é aquilo que a gente pode dar”, esclareceu o presidente.
O governo tenta, neste momento, negociar com as categorias federais, mas sem previsão de aumento para este ano. O motivo alegado é o mesmo mencionado por Lula: a falta de espaço orçamentário.
De imediato, a gestão prometeu apenas o reajuste de benefícios dos servidores, como o auxílio-alimentação, e posteriormente, o reajuste salarial parcelado em 2025 e 2026. As categorias devem votar a proposta em assembleia até quarta-feira 24.
“Nós vamos negociar com todas as categorias. Eu quero até aproveitar para dizer que ninguém será punido nesse país por fazer uma greve”, afirmou Lula. “Eu nasci fazendo greve. É um direito legítimo. Só que eles têm que compreender que eles pedem quanto eles querem e a gente dá quanto a gente pode”, insistiu o petista.
O presidente disse, ainda, esperar que todos os grevistas “voltem a trabalhar” em breve.
Sobre as carreiras, outro pleito dos servidores federais, ele mencionou esforços do governo para a realização de concursos, citando, nessa declaração, o Concurso Nacional Unificado, chamado popularmente de Enem dos Concursos. Outros órgãos têm certames próprios em andamento que podem ajudar a reestabelecer o quadro de funcionários, pontuou também Lula.
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