Um projeto elaborado pela prefeitura de São Sebastião em 2014 demonstra que o município já tinha conhecimento do risco de deslizamentos de encostas e recomendava a remoção de moradores da Vila Sahy, área a concentrar o maior número de vítimas das chuvas do final de semana passado no litoral norte de São Paulo.
O Projeto de Regularização Fundiária Sustentável, formulado nove anos atrás e divulgado neste sábado 25 pelo G1, apresenta um mapeamento do Instituto Geológico realizado em 1996, no qual a Vila Sahy já era inserida em um perímetro de risco muito alto, de risco alto e de risco médio para deslizamentos e inundações.
No documento, a prefeitura afirma que executava um “projeto urbanístico de infraestrutura” e que seria necessária uma nova avaliação da Defesa Civil. A peça, porém, não informa se o órgão chegou a realizar a análise.
Constata-se, ainda, a “necessidade de remoção das moradias e seus ocupantes, que se encontram na área de risco físico alta, por conta da declividade de solo e processo erosivo avançado, e será executado um projeto de reassentamento, para realocação dos moradores dessas áreas”.
O número de mortes em decorrência das fortes chuvas chegou a 57, conforme boletim divulgado às 18h40 de sexta-feira. São 56 em São Sebastião e uma em Ubatuba.
38 corpos foram identificados e liberados para o sepultamento. São 13 homens adultos, 12 mulheres adultas e 13 crianças. Há, ainda, 2.251 desalojados e 1.815 desabrigados.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login