Prefeitura de Manaus pediu medicamentos ineficazes durante a crise do oxigênio

Documentos enviados à CPI da Covid mostram pedidos da secretária de Saúde de Manaus, que chama remédio sem eficácia de 'promissor'

Paciente chega ao Hospital 28 de Agosto em Manaus (Foto: Michael DANTAS / AFP)

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Documentos enviados à CPI da Covid mostram que a prefeitura de Manaus, em meio ao colapso por falta de oxigênio hospitalar no começo deste ano, solicitou ao Ministério da Saúde o envio de azitromicina e ivermectina. Os medicamentos não possuem qualquer eficácia comprovada no combate ao novo coronavírus.

Os ofícios foram analisados pela BBC Brasil, que revelou pedidos enfáticos da secretária municipal de Saúde de Manaus, Shadia Hussami Hauache Fraxe, pelo abastecimento dos estoques dos remédios.

“Registramos que o estoque de Azitromicina, Ivermectina, prednisona e dexametasona, estão baixíssimos, e é imperativa uma ação saneadora para tal”, diz o ofício enviado em 6 de janeiro.

Em 14 de janeiro – data em que os estoques de oxigênio estavam zerados e o estado registrou o maior número de mortes por coronavírus até então -, Fraxe reforçou a demanda: “Encontramos estoques zerados de Ivermectina, e também dificuldades para aquisição, com entrega imediata. Há processos emergenciais e por dispensa em curso, mas o medicamento tem se revelado o mais promissor tanto na profilaxia quanto no tratamento”.

Nesta terça-feira 15, a CPI da Covid recebe Marcellus Campêlo, ex-secretário de Saúde do Amazonas. Assista:

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