CartaExpressa

Prefeito de SP promete vetar PL que dificulta doação de alimentos

Candidato à reeleição para prefeito, Ricardo Nunes (MDB) destacou a importância de apoiar ONGS e membros da sociedade que auxiliam na segurança alimentar da população em situação de rua

Prefeito de SP promete vetar PL que dificulta doação de alimentos
Prefeito de SP promete vetar PL que dificulta doação de alimentos
O prefeito Ricardo Nunes (MDB). Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Apoie Siga-nos no

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que vai vetar o projeto de lei que estabelece restrições para a doação de alimentos a pessoas em situação de rua na capital. O texto foi aprovado em uma primeira votação na Câmara Municipal e aguarda análise de segundo turno.

“Cada vereador tem a prerrogativa de apresentar os projetos que são corretos ou não. Eu acho que não passa esse projeto em segunda votação. […] Obviamente se for aprovado, o que eu não acredito, eu vou vetar”, disse Nunes ao jornal O Globo durante agenda na prefeitura, na manhã desta sexta-feira 28.

“Nós temos é que fazer com que as pessoas que nos auxiliam nessa questão da segurança alimentar tenham apoio”, comentou, ainda, o emedebista.

Segundo o PL, de autoria do vereador Rubinho Nunes (União), organizações não-governamentais e cidadãos que desejam doar alimentos deverão pedir autorização prévia e manter um cadastro atualizado na prefeitura. O texto também obriga o oferecimento de tendas, mesas e cadeiras, além da limpeza das áreas de entrega da comida, antes e depois da distribuição.

O projeto também impõe advertência e multa, de até 17,6 mil reais, para aqueles que descumprirem a nova legislação. Em caso de reincidência, além da multa, a ONG ou a pessoa física será descredenciada por três anos.

Conforme citado, a Câmara Municipal aprovou a proposta em primeira votação na quarta-feira 26. Falta, agora, a análise em segunda rodada.

Também nesta sexta-feira, a ativista social Amanda Paschoal acionou o Ministério Público de São Paulo, a Defensoria Pública do estado e o Conselho Nacional de Direitos Humanos contra o PL.

No documento, Paschoal afirma ser “absolutamente inconstitucional e imoral que o Legislativo, ao invés de facilitar o acesso a um direito tão básico quanto à alimentação, restrinja de forma absurda, tentando, em verdade criminalizar essa atividade”.

Ao MP, a ativista solicita a abertura de um inquérito civil para acompanhar o avanço da proposta e garantir a realização de audiências públicas.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo