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‘Precisam aprender a aceitar o resultado das eleições’, diz Lula sobre trama golpista no entorno de Bolsonaro

Ao tratar da democracia, presidente evitou fazer críticas à Venezuela, presidida por grupo ligado a Maduro desde 1999

Foto: Evaristo Sa/AFP
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O presidente Lula (PT) tratou, em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta quinta-feira 29, da trama golpista vivida pelo País após o resultado das eleições de 2022. A questão, que envolve a investigação de uma série de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de membros das Forças Armadas, vem sendo investigada pela Polícia Federal (PF).

Lula lançou duas questões, em referência indireta a Bolsonaro. “Nós não tivemos um cidadão aqui, um sabidinho, que não quis aceitar o resultado eleitoral?”, perguntou o presidente. “Nós não tivemos um cidadãozinho aqui que quis dar golpe, dia 8 de Janeiro“, voltou a questionar. “Tem gente que não quer aceitar o resultado eleitoral. As pessoas precisam aprender a aceitar o resultado das eleições”, afirmou.

Lula abordou também o golpismo no país quando tratava da sua relação com a democracia, depois de ser questionado sobre a sua relação com o regime vigente na Venezuela. “Eu gosto da democracia, porque a democracia é que me fez chegar à Presidência da República pela terceira vez. É por isso que eu gosto da democracia e a exerço na sua plenitude”, afirmou.

Ao tratar do país liderado por Nicolás Maduro, Lula disse que a Venezuela “tem mais eleições que o Brasil” e que discorda da “interferência de um país dentro de outro país”. “Quem quiser derrotar o Maduro, derrote nas próximas eleições”, propôs Lula. “Se não tiver uma eleição honesta, a gente fala”, afirmou o presidente.

A definição ou não da Venezuela como um regime democrático levanta debates em todo o mundo, especialmente entre os países ocidentais que adotam um sistema democrático-liberal. Na linha de defesa do país, está aquela que considera que é preciso respeitar a soberania nacional. Na linha de crítica à política de Maduro, está aquela que denuncia casos de autoritarismo e cerceamento ao Judiciário venezuelano, por exemplo.

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