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Polícia deve ser complemento de políticas de inclusão social, diz Lula

‘Muitas das violências não são a polícia. Antes, o Estado precisa resolver’, afirmou o ex-presidente

(Foto: Reprodução)
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) analisou o papel das polícias e criticou a forma como elas têm sido usadas para ‘tentar conter a violência’, quando na verdade deveriam estar ligadas a ‘políticas públicas de inclusão social’. As declarações foram dadas em encontro com lideranças do PT e de outros partidos progressistas no Rio Grande do Norte nesta terça-feira 24.

“Muitas das violências, que todo mundo pensa em resolver com a polícia, não são a polícia. Antes da polícia, o Estado precisa resolver com políticas de inclusão social. Quando a gente pensa que a polícia é a solução, a polícia vai lá pra matar. A polícia tem que ser um complemento das políticas públicas que nós temos”, analisou.

Segundo o petista, se um governo promover políticas públicas de combate à miséria absoluta, os índices de violência irão reduzir e a polícia poderá deixar de cumprir um papel que vem cumprindo neste momento.

“Quando você fizer tudo isso [políticas de inclusão social], a polícia entra como um complemento, como uma coisa pra ajudar as coisas a funcionarem melhor. Mas quando a polícia vai hoje, ela já vai na perspectiva de que ‘só tem bandido e nós vamos chegar com eles mais armados do que nós, então vamos chegar lá e vamos atirar’”, explicou. “Aí um soldado que ganha mal e sai de casa com a família passando necessidade, às vezes é transformado num assassino porque o Estado não cumpriu as suas funções e achou que o policial tinha que resolver o problema”, acrescentou Lula.

Na conversa, o ex-presidente ainda destacou a necessidade do Brasil retomar a soberania que tem perdido no atual governo. Lula relembrou a ampliação da presença dos Estados Unidos no Brasil, com os exemplos das recentes visitas da CIA ao País, com a intensa aproximação dos militares aos interesses dos norte-americanos.

“Não é possível o que a gente está vendo hoje acontecer no Brasil, com a CIA visitando o presidente, visitando os militares, com um general brasileiro aceitando ser subcomandante da quarta frota americana no Atlântico. Não é possível a gente hoje voltar a imaginar que nós estamos tão pequenos quanto estávamos em 1942 quando o mundo vinha aqui dizer para nós que ele ia liberar que a gente pegasse um empréstimo. É uma pena que uma nação tão grande não tenha respeito dos seus governantes. Precisamos recuperar nossa soberania”, destacou.

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