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PGR defende derrubada da lei de São Paulo que anistia multas aplicadas na pandemia

Medida do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que beneficiou o ex-presidente Jair Bolsonaro, abriu mão de R$ 72 milhões

PGR defende derrubada da lei de São Paulo que anistia multas aplicadas na pandemia
PGR defende derrubada da lei de São Paulo que anistia multas aplicadas na pandemia
São Paulo: lei de Tarcísio de Freitas beneficia Bolsonaro com anistia de multas da pandemia. Foto: Foto: Alan Santos/PR
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) quer que a lei de São Paulo que anistia multas aplicadas durante a pandemia deixe de valer. O pedido consta em um parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em uma ação protocolada pelo PT.

A norma foi aprovada pelo Legislativo paulista após uma demanda do governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Para a PGR, no entanto, não há ‘razoabilidade’ na ação do governador.

“A anistia em tela não apresenta causa minimamente suficiente que a faça vencer teste de razoabilidade”, diz a PGR.

Para o órgão, o perdão às multas é uma forma de “desmerecer” quem cumpriu as restrições impostas no auge da pandemia e “desfigura” a própria “razão de ser” de punições temporárias em momentos excepcionais, como ocorreu na crise sanitária.

“Nem o fato de ser custosa a cobrança das multas, nem a circunstância de, quando editada a lei, a doença já não alarmasse o sistema de saúde, nem muito menos o fato de gerar ônus financeiro para a população já sofrida com a pandemia, nenhum desses motivos indicados serve de razão suficiente para a deliberação tomada”, diz o órgão.

O governo de SP já perdoou as multas que foram impostas por decreto durante a pandemia, a exemplo do uso de máscaras ou suspensão de serviços não essenciais. O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que em várias oportunidades deixou de usar máscara quando a medida protetiva era obrigatória, foi beneficiado pela medida do governo paulista.

Na ação que corre no Supremo, cujo relator é o ministro Luiz Fux, a Advocacia-Geral da União (AGU) também defendeu que a lei de SP seja declarada inconstitucional. 

Já o governo paulista, por sua vez, disse que a cobrança de multas poderia carregar de forma excessiva a estrutura administrativa do governo. A estimativa é que SP deixe de arrecadar cerca de 72 milhões de reais com a anistia.

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