CartaExpressa

PF deve ouvir militares nesta semana sobre atos golpistas do 8 de Janeiro

Em fevereiro, Alexandre de Moraes decidiu que cabe ao STF julgar militares eventualmente ligados ao terrorismo bolsonarista

PF deve ouvir militares nesta semana sobre atos golpistas do 8 de Janeiro
PF deve ouvir militares nesta semana sobre atos golpistas do 8 de Janeiro
Registro dos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. Foto: Sergio Lima/AFP
Apoie Siga-nos no

A Polícia Federal deve ouvir nesta quarta-feira 12 cerca de 80 militares sobre os atos golpistas de 8 de Janeiro. Os depoimentos são uma consequência da decisão tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a atestar que cabe à Corte julgar militares eventualmente ligados ao terrorismo bolsonarista.

Em 27 de fevereiro, Moraes anotou que “a Justiça Militar não julga ‘crimes de militares’, mas sim ‘crimes militares’”. Apontou, ainda, que o Código Penal não faz distinção entre civis e militares.

No mesmo despacho, o ministro autorizou a abertura de uma investigação sigilosa sobre a participação de oficiais da Polícia Militar do DF e das Forças Armadas no quebra-quebra.

Moraes acolheu um pedido apresentado pela PF. Segundo a corporação, militares ouvidos na 5ª fase da Operação Lesa Pátria “indicaram possível participação/omissão dos militares do Exército Brasileiro, responsáveis pelo Gabinete de Segurança Institucional e pelo Batalhão da Guarda Presidencial”.

Em depoimento à PF, o coronel Jorge Eduardo Naime, por exemplo, afirmou que a cúpula do Exército impediu a remoção do acampamento bolsonarista em frente ao quartel-general, de onde saíram os vândalos que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. Disse, ainda, que a Força havia “frustrado o planejamento” da PM do DF.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo