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PF apura se Ramagem acessou inquéritos sobre políticos do Rio para eleição em 2020

Segundo o jornal ‘O Globo’, os investigadores já têm indícios de que Ramagem imprimiu, no início de 2020 uma lista com inquéritos relativos a 66 políticos

PF apura se Ramagem acessou inquéritos sobre políticos do Rio para eleição em 2020
PF apura se Ramagem acessou inquéritos sobre políticos do Rio para eleição em 2020
Alexandre Ramagem. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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A Polícia Federal (PF) está investigando se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante o governo Jair Bolsonaro (PL) e na gestão de Alexandre Ramagem, teria levantado informações de inquéritos sigilosos sobre políticos do Rio de Janeiro.

Segundo informações do jornal O Globo, a conduta também pode envolver um aumento no número de consultas ao sistema FirstMile durante as eleições municipais de 2020.

A ferramenta FirstMile é uma tecnologia de espionagem desenvolvida pela empresa israelense Cognyte. Desde o ano passado, a PF vem apontando que o software era utilizado para monitorar servidores públicos, políticos, advogados, jornalistas e magistrados. Os responsáveis pela gestão anterior da Abin negam.

Ainda segundo o jornal, os investigadores já têm indícios de que Ramagem imprimiu, no início de 2020, na sede da Abin, em Brasília (DF), uma lista com todos os inquéritos relativos a 66 políticos que foram candidatos nas eleições de 2018, mas que não se elegeram.

Essas informações, porém, eram sigilosas. A publicação aponta que elas teriam sido extraídas de um sistema da superintendência da PF no Rio.

A planilha tinha nomes ligados ao PMB e ao Patriota, que foram extintos. À época, Bolsonaro chegou a cogitar se filiar às siglas, já tinha deixado o PSL, em 2019. A publicação aponta, também, que que nomes de integrantes do PSL, PP, MDB, DEM e PDT, ligados ao Rio, foram consultados.

Foi a Controladoria-Geral da União (CGU) que conseguiu, de acordo com a matéria, recuperar a planilha. 

Desde julho de 2019, Ramagem estava afastado da PF, de modo que não poderia acessar os dados. A corporação informou que o acesso de dados de inquéritos é restrito e que “investiga o eventual vazamento de informações”. 

Já Alexandre Ramagem, até o momento, não se pronunciou sobre o caso.

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