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PF abre investigação sobre tiro disparado por Milton Ribeiro em aeroporto
Nesta terça, a corporação ouviu duas testemunhas, entre elas uma funcionária terceirizada da GOL que chegou a ser atingida por estilhaços


A Polícia Federal abriu uma investigação preliminar sobre o tiro disparado por acidente pelo ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, na segunda-feira 25, em um aeroporto de Brasília.
Ribeiro depôs à PF ainda na segunda. Nesta terça, a corporação ouviu duas testemunhas, entre elas uma funcionária terceirizada da GOL que chegou a ser atingida por estilhaços da bala.
Após o procedimento preliminar, a PF decidirá se abre ou não um inquérito contra o bolsonarista.
Ribeiro infringiu regras da Agência Nacional de Aviação Civil ao se dirigir ao balcão de uma companhia aérea com uma arma de fogo carregada, segundo aponta o gerente do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, com base em resolução do órgão regulador.
A resolução 461/2018 da Anac dispõe sobre os procedimentos de embarque e desembarque de passageiros armados. Pelas normas estabelecidas pela agência, o passageiro deve comparecer à representação da PF no aeroporto antes da realização de seu check-in, levando consigo um formulário preenchido de autorização de embarque com arma.
A agência determina que o desmuniciamento do revólver deve ocorrer antes da chegada do passageiro ao aeroporto ou em um local específico para essa finalidade dentro do aeroporto, se houver. O passageiro só pode manusear a arma de fogo nesse espaço, que é exclusivo para a retirada da munição. Durante o desmuniciamento, o cano da arma de fogo deve permanecer apontado para uma caixa de areia, justamente para que ninguém se machuque no caso de um disparo acidental.
O ex-ministro, porém, tentou desmuniciar sua arma dentro de uma pasta enquanto era atendido no balcão da Latam.
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