O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta sexta-feira 19 que o Brasil precisa promover reformas estruturais capazes de reduzir os juros neutros e ampliar o crescimento da economia. A declaração foi concedida durante o High-Level Seminar on Central Banking: Past and Present Challenges, evento promovido pelo BC em São Paulo.
Participaram do encontro, entre outros, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde. “Perdemos muito tempo discutindo para onde vai a Selic. É o nosso trabalho. Mas devemos focar em reformas estruturais daqui para a frente”, disse Campos Neto no evento.
Horas antes, em seu discurso na abertura do seminário, Haddad afirmou não ser possível que as políticas fiscal e monetária sejam “reativas” uma à outra e que ambas devem “trabalhar ativamente em proveito de uma regulação adequada”.
“Sempre que ouço uma autoridade monetária [dizer] que quando você está combatendo uma infecção tem de tomar toda a cartela do antibiótico, lembro que também há a observação de que você não pode tomar duas cartelas“, declarouo ministro. “Tem de tomar a medida certa para que a economia consiga, a um só tempo, se reajustar do ponto de vista macroeconômico e garantir as condições de crescimento sustentável.”
A taxa básica de juros, a Selic, mantida pelo Comitê de Política Monetária do BC em 13,75% ao ano, está no centro das críticas do governo Lula a Campos Neto. A gestão federal vê o índice como um dos principais obstáculos para o crescimento da economia brasileira em 2023.
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