Pela primeira vez desde que abriu as investigações, o Ministério Público Federal mencionou possível prática de corrupção na negociação pela vacina Covaxin. O órgão enviou ao governo da Índia um documento em que pede acesso a contratos e correspondências entre o governo de Jair Bolsonaro e o laboratório Bharat Biotech, que desenvolveu o imunizante.
“A investigação brasileira iniciou-se com o fim de apurar possíveis práticas de crimes licitatórios envolvendo contratação realizada pelo Ministério da Saúde, que aponta a existência de irregularidades no âmbito do processo de compra pública e do contrato firmado entre o Ministério da Saúde e a empresa Precisa Medicamentos, levantando a hipótese investigativa de possível ocorrência de corrupção”, diz um trecho do ofício, obtido pelo jornal O Globo.
De acordo com o jornal, os procuradores também citam no despacho indícios de superfaturamento, ausência de verificação de riscos na contratação e “relacionamentos suspeitos e sugestivos de possível prática de corrupção”.
O MPF ainda menciona uma “inusual celeridade” para fechar o contrato de 20 milhões de doses e o fato de o empresário Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, também ter ligações com a Global Saúde, empresa que é alvo de uma ação do órgão por receber 19 milhões de reais para fornecer medicamentos que não foram entregues.
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