Os pastores suspeitos de atuar em um gabinete paralelo no Ministério da Educação não apenas operavam a agenda do ministro da Educação, Milton Ribeiro, para promover encontros com prefeitos, mas também organizavam a fila das cidades que receberiam recursos com prioridade. As informações são do jornal O Globo.
Um funcionário do alto escalão do ministério e que acompanhava o processo disse à reportagem que as cidades acertavam a liberação das verbas com deputados e senadores que recorriam ao orçamento secreto para garantir os repasses aos seus redutos eleitorais.
A verba, originária do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), no entanto, nem sempre saía com rapidez, mesmo quando as emendas vinham carimbadas do Congresso, o que fazia com que muitos prefeitos procurassem os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura que faziam com que a verba saísse em tempo recorde. O dinheiro do FNDE, em tese, era administrado pelos principais partidos do centrão, PP, PL e Republicanos.
Após o vazamento dos áudios em que Milton Ribeiro afirmou priorizar os pedidos de Gilmar Santos, por orientação de Bolsonaro, o centrão faz pressão pela saída do ministro da educação e tenta emplacar em seu lugar o presidente do FNDE, Marcelo Lopes da Ponte, indicado ao cargo pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente nacional do PP licenciado.
Ribeiro, por sua vez, tenta emplacar em seu lugar, em uma possível saída do cargo, o secretário-executivo, Victor Godoy, ex-auditor da CGU e que acumula embates internos com membros do Centrão.
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