O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro de Jair Bolsonaro, voltou a fazer fortes críticas ao ex-capitão. Em artigo de opinião publicado neste domingo 20 no jornal Correio Braziliense, o militar chama Bolsonaro de ‘estelionatário eleitoral’, ‘traíra’, ‘despreparado’ e ‘fanfarrão’. Novamente, o texto assume o tom de campanha para Sergio Moro (Podemos), de quem Santos Cruz é colega de partido.
De acordo com o texto do general, o presidente teria ‘surfado no tema do combate à corrupção e Lava Jato’ sem, no entanto, colocar em prática os discursos. Para ele, Bolsonaro teria cometido um ‘estelionato eleitoral’ ao se apropriar das pautas que seriam do ex-juiz.
“O atual presidente surfou no tema do combate à corrupção, na Lava Jato e no ex-juiz Sergio Moro. Mas a frustração veio rápido. O ativismo político e o ‘conservadorismo’ reagiram. O presidente eleito é mais um estelionatário eleitoral”, diz um trecho do texto. “No linguajar mais popular, [Bolsonaro é] um ‘traíra’ do seu próprio discurso”, acrescenta Santos Cruz.
Mais adiante, o general ainda sobe o tom das críticas e volta a chamar Bolsonaro de ‘despreparado’, citando em seguida a atuação da milícia digital em favor do presidente. Vale ressaltar que Santos Cruz foi um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro na ocasião e chegou a integrar posto de destaque no governo do ex-capitão.
“O atual presidente, visivelmente despreparado, fanfarrão, irresponsável, apoiado por uma indústria de fake news, tentando de toda forma desacreditar a imprensa para que o povo acredite na fábrica de mentiras produzida por uma milícia digital”, descreve o ex-aliado. Em outro trecho, ele se refere ao grupo, conhecido popularmente como gabinete do ódio, como ‘bandidinhos de internet’.
Sobre a equipe do atual governo, da qual fez parte como ministro, Santos Cruz avalia o grupo como ‘um bando de desqualificados’, ‘interesseiros profissionais’ e ‘viciados em dinheiro público’.
Santos Cruz se filiou recentemente ao Podemos e, ao que tudo indica, buscará uma vaga no Congresso Nacional. Neste meio tempo, o general tem adotado um tom de campanha e atuado para atrair votos de militares para o ex-juiz.
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