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Pandora Papers: Luciano Hang teve offshore não declarada por 17 anos
A Abigail Worldwide só foi ‘apresentada’ à Receita Federal em 2016
O dono das lojas Havan, o empresário e militante bolsonarista Luciano Hang, manteve por 17 anos nas Ilhas Virgens Britânicas – um paraíso fiscal – uma empresa não declarada à Receita Federal. A companhia se chama Abigail Worldwide e tem investimentos relacionados principalmente a ações e títulos de dívida de empresas como Vale, Petrobras e Natura.
A informação foi divulgada pelo site El País Brasil, nesta segunda-feira 4, como parte do megavazamento Pandora Papers, que reúne 11,9 milhões de documentos confidenciais de 14 sociedades de advogados de locais como Caribe, Cingapura, Hong Kong e Chipre.
Segundo o veículo, Luciano Hang instalou a empresa em um paraíso fiscal para fazer investimentos no Brasil e em outros países com a vantagem de pagar menos impostos.
A Receita Federal considera como paraísos fiscais os locais que cobram impostos sobre a renda com alíquota inferior a 20%. Também levam esse nome os lugares cuja legislação mantenha em segredo a composição societária das empresas. Mais de 60 países são classificados como paraísos fiscais.
A Abigail Worldwide foi aberta em 7 de outubro de 1996 na ilha de São Cristóvão e Neves e passou a ter Hang como empresário em 1999. O bolsonarista só ‘apresentou’ a Abigail à Receita brasileira em 2016, por meio de uma lei sancionada por Dilma Rousseff (PT) que facilitou a legalização de patrimônios não declarados e mantidos no exterior. Em 2018, dois anos após a regularização, a companhia tinha um saldo de 112,6 milhões de dólares.
As reportagens sobre os Pandora Papers resultam de uma apuração conduzida por 616 jornalistas de 117 países sob a coordenação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, o ICIJ.
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