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Palmas (TO) enfrenta onda de violência e tem aumento de 200% no índice de mortes
A maioria das vítimas são homens negros de até 30 anos


A cidade de Palmas (TO) sofreu um aumento de 200% no índice de mortes na capital, se comparado ao ano passado.
A onda de violência na cidade, que começou a ser registrada ainda no segundo semestre de 2022, tem levado à media de uma morte a cada dois dias na capital.
Entre 1 de janeiro e 15 de maio, ocorreram 65 assassinatos na cidade, segundo um levantamento feito pela Secretaria de Segurança Pública, a pedido do G1. O número é 225% maior ao registrado no mesmo período do ano passado, que registrou 20 mortes.
Entre as vítimas 62% são homens, 55% tem até 30 anos e 69% é preto ou pardo.
Dos 65 homicídios registrados, 39 foram em bairros da região sul da capital, mais populosos e afastados do centro, o que equivale a 60% do total de mortes.
O secretário de segurança, Waldemir Costa Mota, vinha dizendo que os crimes teriam como alvo pessoas com passagem pela polícia. Mas, segundo apuração da reportagem, mais da metade das vítimas não tinha ficha criminal. 30 vítimas tinham ficha criminal.
Ainda de acordo com a reportagem, que avaliou dados obtidos via lei de acesso à informação, dos 65 inquéritos de homicídio abertos para investigar as mortes em 2023, apenas sete foram finalizados. Em seis deles o autor do crime foi identificado e um dos casos foi finalizado sem identificação do assassino. A Polícia não explicou porque o inquérito foi finalizado sem identificação.
Em manifestação ao G1, a Secretaria de Segurança Pública disse que 31 pessoas foram presas em 2023 suspeitas de envolvimento com assassinatos na capital. Acrescentou ainda que, em 2023, foram abertos 90 inquéritos na 1ª DHPP – Palmas, para investigar homicídios, feminicídios e tentativas de assassinato. Dos 90 inquéritos, 10 foram concluídos, segundo a pasta.
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