CartaExpressa
Os réus da trama golpista que o STF já tem maioria para condenar
O julgamento prossegue nesta quinta-feira 11. Restam os votos de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin
O Supremo Tribunal Federal formou maioria, nesta quarta-feira 10, para condenar dois dos oito réus do núcleo crucial da trama golpista. Com o voto de Luiz Fux, já há um entendimento majoritário na Primeira Turma para enquadrar no crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e o general Walter Braga Netto (PL), ex-ministro da Defesa.
Na terça-feira 9, os ministros Alexandre de Moraes (relator) e Flávio Dino votaram por condenar sete dos oito réus pelos cinco crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República: organização criminosa, golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
A exceção é o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). Em maio, a Primeira Turma decidiu suspender parcialmente a ação penal contra o bolsonarista, por considerar que ele tem imunidade parlamentar contra os crimes em tese cometidos após a diplomação: dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, ambos relacionados aos atos golpistas de 8 de Janeiro.
Fux, por sua vez, votou por absolver totalmente Bolsonaro, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o ex-ministro do GSI Augusto Heleno, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e Ramagem — neste caso, pelas três acusações que a Primeira Turma não suspendeu.
O julgamento prossegue nesta quinta-feira 11, com os votos de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Isolado, Fux não salva Bolsonaro, mas lhe oferece uma luz no fim do túnel
Por Leonardo Miazzo
‘In Fux we Trust’: Como um ministro indicado pelo PT se converteu em esperança da ultradireita no STF
Por CartaCapital
Voto de Fux anima parlamentares bolsonaristas na pressão por anistia
Por Wendal Carmo



