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‘Os EUA não se qualificam mais como uma democracia’

Para o cientista político sueco Staffan Lindberg, o Brasil faz com os golpistas do 8 de Janeiro o que os EUA falharam em fazer com os envolvidos na invasão ao Capitólio

‘Os EUA não se qualificam mais como uma democracia’
‘Os EUA não se qualificam mais como uma democracia’
O cientista político Staffan Lindberg em entrevista a CartaCapital
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Os Estados Unidos sob Donald Trump não podem mais ser considerados uma democracia, afirmou em entrevista a CartaCapital o professor Staffan Lindberg, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia.

Lindberg é diretor do instituto V-Dem, responsável por publicar anualmente o estudo Democracy Reports. Em sua edição de 2025, identificou que o mundo tem mais autocracias que democracias.

O monitoramento aponta que o tipo de regime mais popular é o das autocracias eleitorais, sob o qual estão 46% da população mundial ou 3,7 bilhões de pessoas.

“Os Estados Unidos não se qualificam mais como uma democracia. Entraram no que chamamos de autocracias eleitorais: ainda têm as características da democracia, mas as instituições não funcionam mais”, avalia o cientista político. Lindberg cita violações em série das normas democráticas, enfraquecimento das instituições e até o desrespeito à Constituição e a diversas leis.

Questionado sobre os paralelos entre os ataques do 8 de Janeiro de 2023 no Brasil e a invasão ao capitólio por apoiadores de Trump em 6 de janeiro de 2021, Lindberg disse concordar com a análise de que o Brasil faz o que os Estados Unidos não fizeram: investigar, processar e julgar os golpistas.

“Trump, em seu primeiro dia de mandato, concedeu clemência às 1.500 pessoas envolvidas, incluindo aquelas que participaram do espancamento de policiais”, criticou. “Invadiram o Capitólio dizendo que enforcariam o vice-presidente e foram perdoados. E Trump nunca foi processado.”

Assista à íntegra da entrevista (legendada):

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