Órgão técnico do governo freia euforia de Bolsonaro e diz que situação energética requer atenção

O ex-capitão disse que mandará ministro 'normalizar' bandeira tarifária em novembro

O presidente da República, Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP

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A Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética informou nesta sexta-feira 15 que, mesmo com o aumento das chuvas, a crise hídrica “ainda requer atenção”.

A Creg foi criada pelo governo em junho, por meio de medida provisória, devido à “necessidade de grande articulação entre todos os órgãos e entidades responsáveis pelas atividades dependentes dos recursos hídricos – entre as quais se destacam a gestão dos usos múltiplos da água, a geração de energia, o meio ambiente, a agricultura e os transportes”.

O órgão contraria, assim, o suposto otimismo de Bolsonaro. Na noite da quinta-feira 14, o ex-capitão declarou que determinará ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que ‘normalize’ em novembro a bandeira tarifária de energia elétrica.

“Meu bom Deus nos ajudou agora com chuva. Estávamos na iminência de um colapso. Não podíamos transmitir pânico à sociedade. Dói a gente autorizar o ministro Bento, das Minas e Energia: ‘Decreta bandeira vermelha’. Dói no coração. Sabemos das dificuldades da energia elétrica. Vou pedir para ele — pedir não, determinar — que ele volte para a bandeira normal no mês que vem”, disse Bolsonaro em um evento evangélico em Brasília.

Segundo a Creg, porém, “apesar do aumento das chuvas, a situação [hídrica] ainda requer atenção, fato também impactado pelas atuais condições do solo, bastante seco, e, portanto, maiores dificuldades de transformação das chuvas em vazões, ou seja, em volumes significativos de água que chegam nos reservatórios do País”.

A bandeira tarifária em vigor é a de “escassez hídrica”, que adiciona 14,20 reais às contas para cada 100 kW/h consumidos.


 

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