O ministro da Economia, Paulo Guedes, minimizou nesta terça-feira 30 as críticas às emendas de relator (RP-9), que formam o orçamento secreto. Segundo ele, “não é errado, em lugar nenhum do mundo, que quem está no poder tenha mais comando sobre recursos”.
“Isso é normal, é para isso que você ganha a eleição. Ganha a eleição, você ganhou, é natural que vão mais recursos para um lado do que para outro. Aí, quando outro lado ganha, ele comanda, por isso me parece dramática a discussão”, alegou o ministro, que participou do 93º Encontro Nacional da Indústria da Construção.
Guedes acrescentou que precisava ter “muita prudência” para analisar o caso e disse não conhecer os “detalhes”, mas sugeriu que o esquema de distribuição dos recursos seria “uma ferramenta que aparentemente é transparente”. “Dizem que dá pra ver as emendas, eu não sei, não conheço o detalhe”, afirmou.
Ele também declarou que o mecanismo não foi criado pelo atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Guedes citou que o deputado Rodrigo Maia, à época na presidência da Casa, pediu 30 bilhões de reais para as emendas de relator.
“Não houve essa convulsão toda. Por quê? possivelmente naquela altura o presidente da Câmara garantiu aqueles recursos para ficar independente do governo, fazer a política mesmo sendo oposição ao governo, ninguém reclamou. Agora, que é metade daquele dinheiro, mas para apoiar o governo, fazer as reformas, aí todo mundo descobriu que ‘o orçamento é secreto, que aquilo está errado.'”
(Com informações da Agência Estado)
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login