A oposição ao presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados quer enterrar a proposta de voto impresso ainda na comissão especial do Congresso, ou seja, antes mesmo que chegue ao Plenário da Casa.
Parlamentares acreditam que, caso o texto do deputado Felipe Barros (PSL-PR) seja aprovado na comissão, a dificuldade para barrá-lo pode se tornar maior. A sessão estava marcada para às 14h desta quinta-feira 5, mas foi adiada duas vezes: primeiro para às 18h e, agora, para às 20h.
A demora fez o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmar que a proposta pode ser avocada pelo Plenário se a comissão especial ultrapassar as 40 sessões da Câmara sem conseguir aprovar o relatório, ou mesmo se ele for rejeitado.
“As comissões especiais não são terminativas, são opinativas, então sugerem o texto, mas qualquer recurso ao Plenário pode ser feito”, disse.
O líder da bancada do PT na Casa, Bohn Gass (PR), declarou a CartaCapital que o “esforço é evitar ir ao Plenário sem ter sido votado na comissão”. Rogério Correia (PT-MG) acrescentou que o objetivo “é sepultar na comissão”, porque no “Plenário é correr muito risco”.
Mesmo que o texto seja aprovado na comissão, alguns deputados não veem facilidade na aprovação.
Para Junior Bozzella (PSL-SP), “existe um senso crítico muito apurado entre a maioria dos parlamentares que compõem a Câmara”.
“Tirando os aloprados, radicais e puxa-sacos de primeira hora, o restante sabe o limite exato até onde pode ir para não colocar em risco a nossa democracia. Acho muito difícil a irresponsável proposta do voto impresso obter algum êxito”, afirma.
Questionado sobre o tema, Orlando Silva (PCdoB-SP) também negou que a chance de aprovação aumente caso vá ao Plenário da Casa.
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