ONU: lei antiterror bolsonarista ameaça defensores de direitos humanos

Projeto amplia conceito de terrorismo e pode chegar em manifestações democráticas, alertou órgão

Protesto do dia 29 de maio em Belo Horizonte. Foto: Douglas Magno/AFP

Apoie Siga-nos no

Relatores internacionais da ONU enviaram uma carta ao governo brasileiro em que expressam preocupações com um projeto que visa mudar o que é abrangido pela lei antiterrorista.

De acordo com o documento, a aprovação do PL 1595/2019, apoiado pela base bolsonarista no Congresso, pode fazer com que o Brasil infrinja o direito internacional e os compromissos firmados em direitos humanos.

A carta, que foi revelada pelo jornalista Jamil Chade, do UOL, data de 15 de junho e cita uma “séria preocupação” com indefinições acerca de inserir critérios “político, ideológico ou social” como alvo da legislação, por exemplo. Há riscos, portanto, de uma maior criminalização de protestos democráticos e dos defensores de direitos humanos, escrevem.

“Uma definição excessivamente ampla pode contribuir significativamente para a criminalização dos movimentos sociais e das manifestações em geral, pois estes frequentemente têm uma motivação ‘política, ideológica ou social'”.

A tramitação do projeto em plena pandemia também foi destaque no comunicado, já que a situação de calamidade pública não permite um “exame público aprofundado e o engajamento com o texto”.

Em nota, o Itamaraty afirmou que encaminhou à ONU, no dia 18 de junho, informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública e que as considerações feitas pelos analistas eram “prematuras”.


 

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Relacionadas

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.