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‘Olá, macaca’: o que se sabe sobre a acusação de injúria racial na Magazine Luiza

Cliente diz que recebeu e-mail com termo ofensivo após comprar eletrodoméstico; empresa alega que atendimento é feito sem interação humana, mas não diz como termo foi relacionado à cliente

‘Olá, macaca’: o que se sabe sobre a acusação de injúria racial na Magazine Luiza
‘Olá, macaca’: o que se sabe sobre a acusação de injúria racial na Magazine Luiza
Foto: Reprodução Foto: Reprodução
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A rede varejista Magazine Luiza recebeu uma denúncia de injúria racial após uma mulher de 35 anos acusar a empresa de chamá-la de “macaca” em um e-mail.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de São Paulo, que recebeu a denúncia da cozinheira Susan Sena. Segundo ela, a injúria racial aconteceu no último sábado 4.

Sena usava o aplicativo da empresa para comprar uma máquina de lavar e precisou recuperar uma conta antiga registrada no sistema. Para cumprir o protocolo de recuperação, ela enviou uma foto do próprio rosto para reconhecimento facial.

Depois de fazer a compra, a mulher recebeu um e-mail da Magazine Luiza com a saudação “Olá, Macaca”. Nas redes sociais, Sena confirmou que o nome escrito no e-mail, de fato, era o seu. “Eu vi que só nesse e-mail eu recebi ‘macaca’. Nos outros e-mails [trocados durante o processo de compra da máquina] recebi ‘Susan’”, disse a mulher, em postagem nas redes sociais. 

A polícia chegou a suspeitar que o e-mail se tratava de um golpe e que poderia não ter sido enviado pela varejista. Sena, por sua vez, diz que “não teria como ter sido golpe”, porque fez a compra direto pelo aplicativo da empresa. “O delegado fez a comparação e é o mesmo e-mail. Foi a ‘Magalu’. Eu fui chamada de ‘macaca’ pela Magazine Luiza”, explicou.

A empresa disse que lamenta o caso. Segundo a companhia, “essa operação é feita de forma 100% digital, sem qualquer interação humana”. A empresa não explicou como a expressão “macaca” foi relacionada ao cadastro de Sena.

“Para evitar que casos semelhantes se repitam, a companhia já excluiu o campo ‘apelido’ de seus formulários cadastrais e adotou uma lista de palavras inapropriadas, que passarão a ser vetadas no momento do preenchimento do cadastro”, afirmou a Magazine Luiza, através de nota.

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