O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional do governo de Jair Bolsonaro, teve de recuar em sua alegação original de que o tenente-coronel Mauro Cid não participava de reuniões com o comando das Forças Armadas.
Heleno presta depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, nesta terça-feira 26, na condição de testemunha.
“Eu quero esclarecer que o tenente-coronel Mauro Cid não participava de reuniões, ele era o ajudante de ordens do presidente da República. Não existe essa figura do ajudante de ordens sentar numa reunião dos comandantes de Força e participar da reunião. Isso é fantasia”, disse o depoente no início da sessão.
Na sequência, deputados e senadores passaram a compartilhar uma imagem publicada pela Presidência da República em 25 de fevereiro de 2019. Nela, Cid aparece em uma reunião com Bolsonaro e os então comandantes Ilques Barbosa Júnior (Marinha), Edson Pujol (Exército) e Carlos Bermudéz (Aeronáutica).
Confrontado, Heleno “adaptou” sua versão: “O coronel Mauro Cid estava sentado atrás, esperando, inclusive, se houvesse alguma necessidade do presidente. Essa é a missão do ajudante de ordens. Ele não dá palpite em uma reunião dessa, ele não levanta o braço”, sugeriu. “As pessoas aqui estão querendo me comprometer. Vão perder tempo.”
Parlamentares governistas afirmaram que o general mentiu, descumprindo o compromisso de dizer apenas a verdade na CPMI. O presidente do colegiado, Arthur Maia (União-BA), porém, decidiu contemporizar. Segundo ele, não houve mentira, uma vez que Cid “não estava sentado à mesa na mesma condição que o ex-presidente e os comandantes”.
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