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O que se sabe sobre a operação que investiga o acesso do PCC a dados do Ministério Público
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em três cidades do Estado, além de dois mandados de prisão temporária


O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), ligado ao Ministério Público de São Paulo, deflagrou, na manhã desta quinta-feira 28, uma operação, com apoio da Polícia Militar, para investigar um esquema de obstrução da justiça, violação de sigilo e corrupção.
Segundo as investigações, criminosos, inclusive ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), obtiveram em circunstâncias ainda a serem esclarecidas senha para acessar conteúdo de processos judiciais, com violação de dados sigilosos.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em três cidades do Estado, além de dois mandados de prisão temporária, incluindo um contra um servidor envolvido no caso. A diligência contou com a participação de promotores de Justiça, servidores e 40 policiais militares.
Um dos servidores presos trabalha no Ministério Público de São Paulo, segundo informações do G1. Mais de cem acessos a partir da mesma senha do servidor foram identificados e os promotores apuram quais processos de fato foram vazados.
Suspeita-se que os envolvidos, além de acessarem ilegalmente dados sigilosos, usavam informações vazadas para obstruir e prejudicar investigações do Ministério Público e da Polícia Civil.
Ainda de acordo com a investigação, informações de um dos processos foram vendidas para um advogado e repassadas para o crime organizado.
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