No dia da realização do segundo turno das eleições de 2022, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) escalou mais agentes de folga para trabalhar em blitzes nos estados onde Lula (PT) venceu Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno do pleito. Segundo informações do site UOL, reveladas nesta segunda-feira 17, o efetivo extra foi utilizado, principalmente, em estados das regiões Norte e Nordeste do país.
De acordo com a publicação, a PRF afirmou que os agentes foram alocados com base em análise técnica, uma vez que, segundo a corporação, 65% dos crimes eleitorais no primeiro turno teriam acontecido nas duas regiões. À época, os bloqueios foram contestados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Estados como Amazonas, Pará, Amapá, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Sergipe tiveram um aumento de mais de 100% de policiais de folga atuando no segundo turno, em comparação ao primeiro turno das eleições, segundo a publicação. A Bahia – o quarto maior colégio eleitoral do país – experimentou um aumento de 80%. Outro estado que registrou um aumento de mais de 100% foi Minas Gerais, historicamente definidor dos resultados de eleições presidenciais.
Atualmente, a Polícia Federal está investigando a atuação do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, nas blitzes realizadas no dia do segundo turno eleitoral, que afetaram, principalmente, eleitores de Lula. No último dia 4, o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, apontou que existem “múltiplos indícios” da ação de Torres no caso.
Antes da realização do segundo turno, o Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a proibir a realização de operações que afetassem os transportes de eleitores no dia do pleito. Ainda assim, a PRF, comandada, à época, por Silvinei Vasques, promoveu bloqueios e interrupção da circulação de ônibus e vans.
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