Um vídeo divulgado nas redes sociais no último sábado 22 mostra um médico obstetra coagindo uma mulher que havia acabado de dar à luz e seu marido a declararem voto em Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL. O caso ocorreu na Maternidade do Povo, em Belém, no Pará.
“Eu sou Gael, já nasci 22 e vou votar no Bolsonaro… Eu vou começar a reclamar aqui no hospital para diferenciar o negócio do pai, eles botam uma roupa vermelha… O doido não vem dizer que vai votar no Lula… Rapaz, tu quer que eu vá já embora e nem opere ela”, diz o médico, identificado como Allan Henrique Fernandes Rendeiro.
As imagens foram publicadas pelo próprio médico e apagadas após a repercussão negativa do caso. “Essa aqui é a mamãe do Gael, dia 30 ela vota 22… Vou mandar pro Bolsonaro esse vídeo, que ele está em uma live especial”, continua o profissional, que filma a mulher ainda na mesa de cirurgia, com uma expressão de constrangimento.
Deputada acionou o CFM
A deputada estadual eleita pelo Pará, Lívia Duarte (Psol) pediu investigações ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará por assédio eleitoral, considerado crime pelos artigos 299 e 301 do Código Eleitoral Brasileiro.
“Apesar de banalizados, casos de abuso, assédio ou má conduta dentro da área da saúde, envolvendo profissionais ou pacientes, não deveriam ser minimizados. A banalização leva à impunidade, e a impunidade traz o sentimento de que o ato é permitido e de que não haverá consequências práticas ou palpáveis para o agressor”, diz o ofício.
CartaCapital procurou a defesa de Allan Rendeiro, a Maternidade do Povo e o Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA), que não se manifestaram até o momento.
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