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No Dia da Mulher, Nikolas Ferreira põe peruca e faz discurso transfóbico na Câmara

Em tom de deboche, o deputado disse se chamar ‘Nicole’ e afirmou que, por isso, tinha lugar de fala no 8 de Março

Foto: Reprodução
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O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez um discurso transfóbico na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira 8.

Após colocar uma peruca loira, em tom de deboche, disse se chamar ‘Nicole’ e que, por isso, tinha lugar de fala no Dia Internacional das Mulheres. 

“As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres“, afirmou. “E para vocês terem ideia do perigo de tudo isso, vocês podem perguntar, qual o perigo disso, deputada Nicole. Sabe por quê? Por que eles estão querendo colocar uma imposição de uma realidade que não é a realidade.”

O deputado bolsonarista ainda disse que as mulheres não devem nada ao feminismo, e que o movimento, que defende igualdade entre gêneros, “exalta mulheres que nunca fizeram nada pelas mulheres”.

Ferreira também incitou ódio contra pessoas trans no esporte e na moda.

“A Apple hoje está homenageando no Dia das Mulheres um homem que se sente uma mulher, um ativista da obesidade. A Hershey’s também colocou um homem que se sente mulher na propaganda. Vou tirar a peruca, porque sou gênero fluido, e volto para o Nikolas homem”, debochou. 

Desde fevereiro deste ano, o deputado responde por injúria racial após chamar a deputada trans Duda Salabert (PDT-MG) de “ele”. Sobre o caso, ele criticou a possível condenação.

“Eu por exemplo posso ir para a cadeia, deputado, caso eu seja condenado por transfobia. E por quê? Por que eu xinguei, eu pedi pra matar? Não. Pois no dia Internacional das Mulheres, há dois anos, eu parabenizei as mulheres XX. Ou seja, é uma imposição“.

O deputado finalizou o discurso com aplausos após uma fala machista, elogiando as mulheres que têm filhos e formam família.

De acordo com a determinação do Supremo Tribunal Federal, a Lei do Racismo (Lei 7.716/1989) também se aplica aos casos de homofobia e transfobia e prevê pena de um a três anos de reclusão e multa para quem incorrer nessa conduta.

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