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No centro dos escândalos, Ciro Nogueira diz que corrupção no governo Bolsonaro é ‘virtual’

Ministro é acusado de privilegiar aliados com verbas da Educação em contratos superfaturados. Em outro caso, PF concluiu que ele cometeu crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI). Foto: Isac Nóbrega/PR
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O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), que está no centro dos escândalos de corrupção no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), afirmou que a corrupção no governo de Jair Bolsonaro (PL) é apenas virtual. A declaração foi dada em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada na noite deste sábado 9. A conversa, de acordo com o jornal, ocorreu dois dias antes do relatório da Polícia Federal indicar que ele cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

“Não houve corrupção. É uma corrupção virtual. Existem as narrativas, mas o que foi desviado lá? Não foi pago nada”, disse Nogueira sobre o caso dos pastores lobistas no Ministério da Educação. Mais adiante na entrevista, ele usou o mesmo argumento para defender Bolsonaro nas suspeitas de irregularidades e propina na compra das vacinas da Covid-19.

O questionamento do jornal ao ministro versava sobre os documentos, depoimentos e até um áudio do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro que revelaram um esquema liderado pelos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos para receber propina em troca da liberação de recursos do FNDE, liderado por Marcelo Ponte, ex-chefe de gabinete de Ciro Nogueira. O caso culminou na demissão de Milton Ribeiro do comando do MEC.

Para além do episódio dos pastores lobistas, Nogueira, que afirma existir apenas ‘corrupção virtual’ no atual governo, ainda está no centro de dois outros casos suspeitos na pasta. Ele é acusado de liberar a compra de ônibus superfaturados para prefeitos aliados. Em outro caso, revelado neste domingo 10, um esquema semelhante foi montado para liberação de recursos para aquisição de caminhões frigoríficos. Neste caso, prefeitos do PP do Piauí, partido de Nogueira, receberam 75% dos recursos do FNDE.

Ainda nesta semana, a Polícia Federal concluiu que Ciro Nogueira cometeu o crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro sob a suspeita de ter recebido propina da JBS em troca de apoio para a reeleição de Dilma Rousseff (PT), em 2014. O relatório está nas mãos de Augusto Aras, procurador-geral da República, que decidirá se apresenta ou não denúncia contra o ministro.

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