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Negociação de vacina da CanSino também deve ser investigada pela CPI

Vacina custaria 17 dólares e é intermediada por empresa com suspeitas de corrupção e fortes ligações com Ricardo Barros

Foto: Jens Schlueter/AFP
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Depois da Covaxin, a CPI da Covid pode ter um novo alvo: a vacina Convidencia, produzida pelo laboratório chinês CanSino. A comissão irá apurar uma carta de intenção de compra assinada pelo governo no dia 4 de junho. A vacina teria um custo de 17 dólares por dose e também é negociada por uma intermediária brasileira com suspeitas de irregularidades. A informação é da CBN.

A carta de intenção assinada pelo Ministério da Saúde prevê a compra de 60 milhões de doses do imunizante chamado de Convidencia, ao custo de 17 dólares por dose. O valor total é de 5,2 bilhões de reais. A negociação é intermediada pela empresa Belcher Farmacêutica do Brasil.

A Belcher tem sede em Maringá, norte do Paraná, onde Ricardo Barros (PP-PR) já foi prefeito. De acordo com a reportagem, Barros também teria relações pessoais com a família de um dos sócios da empresa. Francisco Feio Ribeiro Filho, pai de um dos sócios, foi presidente da empresa de urbanização de Maringá, a Urbamar, na gestão de Barros.

Assim como a Precisa Medicamentos, a Belcher também tem suspeitas de irregularidades em negociações recentes. A empresa é investigada na operação Falso Negativo, que apura o superfaturamento de testes de Covid-19 adquiridos pelo governo do Distrito Federal.

Vacina da CanSino é apoiado por grupo de Hang e Wizard

A Convidencia tem forte apoio de empresários bolsonaristas. Luciano Hang e Carlos Wizard são alguns dos nomes envolvidos no lobby pela aquisição do imunizante, segundo mostrou o Poder360.

O pedido de uso emergencial da vacina foi protocolado em maio na Anvisa com o apoio do grupo, mas segue parado por falta de documentação.

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