CartaExpressa
‘Não se pode deixar de admirar um país que sai do feudalismo para se tornar a 2ª economia’, diz Dilma sobre a China
O país representa ‘uma luz nessa situação de absoluta decadência e escuridão’, avalia a ex-presidenta


A ex-presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira 22 que a China “representa uma luz nessa situação de absoluta decadência e escuridão que é atravessada pelas sociedades ocidentais”. A petista participou do lançamento virtual do livro China: o socialismo do século XXI (Editora Boitempo), de Elias Jabbour e Alberto Gabriele.
Dilma anotou os “erros” cometidos no processo de desenvolvimento da China nas últimas décadas e afirmou que “é impossível uma produção humana não ter erros”. Ela disse, porém, que “não se pode deixar de admirar um país que sai do feudalismo e do mais brutal controle colonialista para se tornar a 2ª economia do mundo e a 1ª já em termos de paridade”.
“Tudo indica que antes da próxima década poderemos ver a China se transformar na maior economia do mundo”, prosseguiu Dilma. Ela ainda destacou a “soberania monetária” chinesa, expressa pela “capacidade do Estado de controlar a política monetária para além dos interesses financeiros”.
Segundo a ex-presidenta, esses “marcos da China são muito importantes, porque o país não permite a ocorrência de uma crise tipo Lehman Brothers”. Ela se refere à quebra do banco americano de investimentos em 2008, o que gerou uma crise financeira global.
Em sua exposição sobre a China, Dilma também declarou que “uma das questões mais importantes é a ênfase que se dá à questão do planejamento racional”, o que classificou como “uma característica distintiva”.
Participaram do debate, além de Dilma, Elias Jabbour e Silvio Almeida, advogado, filósofo e professor da Fundação Getúlio Vargas.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Partido Comunista da China reforça o poder de Xi Jinping e prepara o seu 3º mandato
Por AFP
Partido Comunista chinês chega aos 100 anos buscando afastar velhos estereótipos
Por Victor Ohana
Anúncio da China sobre desmatamento ilegal coloca agro brasileiro sob pressão
Por RFI