O ex-presidente Lula defendeu o direito dos cubanos de ir às ruas contra o governo do presidente Miguel Díaz-Canel. Mas, segundo o petista, não é possível desconsiderar o impacto dos embargos econômicos impostos contra o país.
“O importante é que entender que são 60 anos de bloqueio e de muito ódio que se acumulou: os cubanos de Miami contra os cubanos de Cuba. Cuba, com a formação acadêmica que tem, a quantidade de jovens nas universidades e a qualidade da educação, se não tivesse o bloqueio poderia ser uma Noruega, uma Holanda, uma Suíça”, disse Lula em entrevista ao Canal Once, do México.
Ele ainda se referiu à Revolução Cubana como “um marco impressionante”. Mesmo assim, frisou que “o povo cubano tem o direito de ir à rua, de pedir liberdade, mais comida na mesa, mais energia”.
“Tudo o que o povo brasileiro também fez – inclusive quando eu era presidente havia marchas. Mas o que não consigo compreender é por que o presidente Biden, depois da decisão das Nações Unidas que pediu a retirada dos embargos, não foi à televisão para anunciar que revogaria todos os atos do presidente Trump contra Cuba”, prosseguiu.
Lula voltou a afirmar que os cubanos “têm o direito de decidir o seu destino” e que não aceita “a ingerência dos Estados Unidos contra Maduro ou contra as eleições em Nicarágua, no México ou no Brasil”.
“Os cubanos têm o direito de fazer manifestações e o governo tem a obrigação de conversar com o povo. Não podemos pensar que quem nos critica é nosso inimigo. Temos que conversar. Cuba tem um governo novo, que fez mudanças na política econômica”, completou.
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