Apesar da “vontade política” em resolver o problema da dívida da população e na sequência promover o estímulo ao consumo, falta viabilidade. Foi o que defendeu a ministra do Planejamento, Simone Tebet, nesta quinta-feira 13, sobre o pedido do presidente Lula (PT) de abrir mais o orçamento para baratear eletrodomésticos.
O pedido do petista pegou os ministros de surpresa e veio antes mesmo do lançamento do programa Desenrola Brasil, que visa reduzir o endividamento.
No evento do Plano Plurianual Participativo, realizado no Rio, Tebet defendeu que lançar os dois projetos não faria com que as pessoas consumissem mais, de imediato.
“O mais importante e primordial para que isso aconteça é, antes, acontecer o Desenrola. As famílias estão endividadas, então não adianta lançar um programa de linha branca com desconto: elas não vão comprar ou vão pedir empréstimos com juros caríssimos”, apontou. “Primeiro passo: o Desenrola, que o presidente já disse que vai anunciar com o ministro [da Fazenda, Fernando] Haddad, e a partir daí vai começar algum estudo [sobre linha branca].”
Até o momento, não há nenhuma movimentação sobre o projeto proposto por Lula, justamente pela incerteza sobre o espaço fiscal para mais um programa.
“Não tem nada. Eu e Haddad precisamos ser acionados pelo vice-presidente [Geraldo Alckmin], afinal, o assunto é da pasta dele [Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços]. Soubemos disso pela primeira vez no discurso do presidente”, explica a ministra.
O pedido do presidente aconteceu em Brasília, durante a cerimônia de agremiação a cientistas. “Que tal a gente fazer uma aberturazinha de novo para a linha branca? Facilitar a compra de geladeira, televisão, máquina de lavar roupa. As pessoas de quando em quando precisam trocar os seus utensílios domésticos”, disse.
“Simone, você e o Aloizio, abram a mão um pouquinho para a gente poder facilitar a vida desse povo que quer ter acesso às coisas”, brincou.
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