Parlamentares reagiram nesta quarta-feira 1º à aprovação, pelo Senado, da indicação de André Mendonça a uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Ex-ministro da Advocacia-Geral da União e da Justiça no governo de Jair Bolsonaro, ele ocupará a cadeira que era de Marco Aurélio Mello.
A deputada federal Natália Bonavides, que acionou a Justiça contra Mendonça pelo uso da Lei de Segurança Nacional “como instrumento de intimidação de opositores”, lamentou o resultado.
“André Mendonça se comportou como o porão da ditadura quando Ministro da Justiça. Usou a PF para perseguir jornalistas e quem criticava o governo. A sua aprovação para o STF é um desastre”, escreveu Bonavides nas redes sociais.
Em uma ação contra Mendonça, Bonavides listou episódios em que inquéritos da Polícia Federal foram abertos contra críticos de Bolsonaro, como a apuração contra o advogado Marcelo Feller e a investigação contra um professor de Palmas que pagou por outdoors que comparavam o presidente a um “pequi roído”.
A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) apontou “o estrago que o indicado de Bolsonaro por ser ‘terrivelmente evangélico’ vai fazer no Supremo”. Colega de Melchionna no PSOL, Ivan Valente (SP) criticou o curto intervalo entre a aprovação de Mendonça na CCJ e a análise em plenário. “Nova votação sem sabatina coloca no Supremo um obscurantista servil a Bolsonaro”, anotou.
Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), Bolsonaro “reduziu a indicação a um dos pilares da República ao esdrúxulo debate sobre preferência religiosa”.
Governistas, por outro lado, celebraram a decisão do Senado. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, um dos líderes do Centrão, escreveu que “o Brasil ganha muito hoje com a confirmação do nome do André Mendonça para ministro do STF”.
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