A Associação das Mulheres Diplomatas Brasileiras divulgou uma nota nesta sexta-feira 23 a criticar a ausência de participação feminina na chefia de missões diplomáticas do Itamaraty.
A organização afirma que as nomeações sob a atual gestão do Ministério das Relações Exteriores “traduzem nítido descompasso entre palavras e ações”. O texto menciona declarações do chanceler Mauro Vieira sobre a elaboração de uma política de diversidade e inclusão na pasta.
A AMDB disse ter tomado a decisão de divulgar a carta após a nomeação de quatro homens para comandar missões consulares brasileiras em Barcelona, Cantão, Buenos Aires e Tóquio, formalizada na quarta-feira 21.
Elas apontam que as mulheres ocupavam 14,2% das chefias de missões do Brasil no exterior antes do início do governo Lula, índice que chegou a 15,2% neste ano. A Associação pede, por fim, o desenvolvimento de “uma política vigorosa e inequívoca de promoção de diversidade e inclusão”.
Segundo o Itamaraty, a última rodada de promoções na carreira diplomática, anunciadas no final de maio, contemplou em maior proporação mulheres e negros. Dados da pasta apontam que diplomatas mulheres responderam por 37,5% das promoções a ministros de primeira classe – a proporção geral de mulheres no Itamaraty é de 23%.
Já os negros, que são 5% dos quadros da carreira diplomática, foram contemplados com 12,5% das promoções para ministros de primeira e de segunda classes.
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