O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto acionou o Ministério Público de São Paulo contra a Jovem Pan News por exibir, sem filtros, o estupro cometido pelo anestesista Giovanni Quintella Bezerra contra uma paciente no Rio de Janeiro.
“Ao fazê-lo de maneira insensível e oportunista, a equipe da Jovem Pan pode ter incorrido no crime de divulgação de cena de estupro de vulnerável, punido no Código Penal, na medida em que optou por não utilizar qualquer tipo de recurso que impedisse a visualização do rosto da vítima”, diz um trecho da notícia-crime, protocolada nesta quarta-feira 13.
A peça é assinada pela coordenadora estadual do MTST em São Paulo, Ediane Maria. Também nesta quarta, manifestantes do MTST protestaram em frente ao prédio da Jovem Pan, em São Paulo, contra a exibição das cenas de estupro.
O movimento pede que o MP promova “todas as medidas administrativas e judiciais para apurar, investigar e, se for o caso, denunciar e perseguir a responsabilização penal dos representados”.
Nesta quarta, a delegada Barbara Lomba, responsável pelo caso do anestesista, afirmou que o homem pode ser considerado um “criminoso em série”. Isso porque ele é suspeito de cometer ao menos outros cinco estupros, dois deles no mesmo dia do caso de maior repercussão até aqui.
Bezerra foi gravado por enfermeiros colocando o pênis na boca de uma paciente enquanto ela estava desacordada durante uma cesárea. Os colegas de trabalho desconfiavam do médico há cerca de um mês e, por isso, decidiram filmar o atendimento. O anestesista foi preso em flagrante e sua prisão já foi convertida em preventiva pela Justiça do Rio de Janeiro.
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