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MP denuncia deputado Nikolas Ferreira por transfobia contra estudante

O bolsonarista se referiu a uma menina transexual de 14 anos de idade como um “estuprador em potencial”

MP denuncia deputado Nikolas Ferreira por transfobia contra estudante
MP denuncia deputado Nikolas Ferreira por transfobia contra estudante
O deputado federal Nikolas Ferreira. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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O Ministério Público de Minas Gerais enviou ao Tribunal de Justiça do Estado nesta sexta-feira 7 uma denúncia contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) pelo crime de racismo.

A ação tem como base um vídeo publicado pelo parlamentar em julho de 2022, no qual o então vereador de Belo Horizonte discrimina uma jovem trans que estava em um banheiro feminino de uma escola na capital mineira.

Na denúncia, os procuradores do MP concluíram que o bolsonarista agiu de forma discriminatória e pedem a sua condenação por transfobia. De acordo com a legislação, qualquer ato contra pessoas LGBT+ é caracterizado como crime de racismo.

“Como asseverado, a liberdade de expressão não tem caráter absoluto, podendo ser limitada na medida em que dissemina discriminações que possam ser atentatórias a direitos e liberdades fundamentais. Desse modo, não há dúvida de que o discurso transfóbico se aproxima mais de um ataque do que de uma participação num debate de opiniões“, escreveu o MP.

As investigações contra Nikolas se basearam em um procedimento aberto a pedido das vereadoras Bella Gonçalves e Iza Lourenço, ambas do PSOL, sob o argumento de que o parlamentar expôs a adolescente e “incitava posicionamentos contrários à garantia de direitos da população transgênera”.

Os procuradores ainda solicitam que a Justiça o condene à indenização por dano moral coletivo, perca o mandato e tenha os direitos políticos suspensos. 

No vídeo, Nikolas se referiu a uma menina transexual de 14 anos de idade como um “estuprador em potencial” e chamou de ousadia” o fato dela frequentar o banheiro do gênero com a qual se identifica.

Em seu perfil no Twitter, o deputado manteve o comportamento transfóbico e disse esperar a citação pessoal para se defender.

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