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Mourão diz que Bolsonaro está em ‘retiro espiritual’ e aponta o motivo da vitória de Lula

Para o vice-presidente, o governo federal fez tudo certo na pandemia, mas errou no discurso contra a vacina

Hamilton Mourão e Jair Bolsonaro. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), que foi eleito senador pelo Rio Grande do Sul, acredita que a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) se deve à postura do ex-capitão durante a pandemia de Covid-19.

Para Mourão, o governo federal fez tudo certo no período, mas errou no discurso contra a vacina.

“Acho que Bolsonaro poderia ter ganhado essa eleição tranquilamente. Mas a discussão da Covid-19 foi muito negativa em cima da gente. Apesar de o governo ter feito tudo certo. Ele contratou gente, comprou os insumos, habilitou leito de UTI, colocou dinheiro na mão dos Estados e municípios, abriu linha de crédito, pagou salário e, no social, pagou o auxílio emergencial”, disse o senador eleito em entrevista ao Valor Econômico. “O erro foi no discurso. O cara comprava vacina e falava mal de vacina, pô. Esse discurso aí não foi bom. Isso que prejudicou o presidente”.

Apesar da derrota para Lula (PT), Mourão aposta que Bolsonaro tem potencial de liderar a direita mesmo longe do poder. O ex-capitão foi nomeado presidente de honra do PL, o seu partido.

“O presidente Bolsonaro, quando emergir do retiro espiritual dele, vai compreender que ganhou esse capital. Acho que ele tem que se posicionar no espectro político, trabalhar politicamente”, avaliou. “Vai ser a primeira vez desde 1989 que ele não tem mandato. São 33 anos, é uma vida. É ele entender que agora ele terá uma posição dentro do PL, de presidente de honra. Ou seja, aqui em Brasília, articulando, tem todo o capital para voltar muito bem em 2026. Desde que ele saiba explorar bem isso aí”.

Por fim, Mourão reforçou que não será ele quem passará a faixa presidencial para Lula na posse do petista.

“Acho que está havendo uma distorção. Porque passagem de faixa é do presidente que sai para o presidente que entra. Se o presidente, vamos dizer assim, ele não vai querer passar a faixa, não adianta dizer que eu vou passar. Eu não sou o presidente”, afirmou. “Eu não posso botar aquela faixa, tirar e entregar. Então, se é para dobrar, bonitinho, e entregar para o Lula, pô, qualquer um pode ir ali e entregar”.

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